A postura a adoptar perante o mercado
- Investimentos Conservador
- 14 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de mai. de 2020

Várias pessoas me foram contactando no sentido de perceber a minha opinião sobre a postura a adoptar perante as várias situações decorrentes do mercado.
O que fazer quando estamos com um ganho bastante interessante ou quando estamos com perda.
Antes de mais é preciso perceber pelo menos dois conceitos importantes e distintos. O conceito de trader e o conceito de investidor.
Um investidor é alguém que está a trocar dinheiro por ativos procurando retornos a médio / longo prazo.
Um trader troca o risco de uma perda pequena pela probabilidade de um ganho maior. Normalmente a curto ou muito curto prazo. Existe quem faça trading diário.
Nenhum é melhor do que o outro e não me cabe a mim dizer qual a postura que deverá tomar.
Também é importante referir que os ganhos e as perdas só as são quando nós efetivamente voltamos a trocar aquela ação, aquele fundo, etc. novamente em valor monetário. Até lá apenas temos um fundo, uma ação, etc. que está a valer menos ou mais se decidir voltar a trocar o mesmo.
E só para tentar perceber de uma forma simples esta questão vou dar um exemplo muito simples e que acredito que seja de fácil compreensão até pela questão do tempo. Se eu comprar um carro hoje por 50 000€, passados 5,6,10 anos o normal é o carro desvalorizar. Se decidisse vender o carro nessa altura provavelmente iria vender por uns 10 000€ o que significaria uma perda efetiva de 40 000€. No entanto, se eu acreditasse que o carro se iria transformar num clássico super procurado, passados 20,21,25 anos provavelmente iria conseguir vendê-lo por 100 000€, o que representaria um ganho de 50 000€. Mas eu poderia não vender e passados 30,40 anos já só me oferecerem 80 000€. Continuaria com um ganho face ao valor pago inicialmente, mas inferior ao que já tive oportunidade de ganhar.
Com os investimentos a situação é idêntica. Ninguém poderá garantir o futuro. Existe muita gente muito boa a compreender os indícios que o mercado vai dando, mas ninguém pode garantir o amanhã.
Nesse sentido a postura a adoptar depende da estratégia que definir. E aqui cada pessoa é uma pessoa, cada caso é um caso.
Como já referi no post 'O Caminho da Liberdade Financeira' é importante antes de avançarmos para os investimentos termos a atingido a nossa segurança financeira e já termos o nosso fundo de emergência muito bem estruturado. Não devemos investir dinheiro que nos fará falta amanhã para fazer face às despesas correntes.
Tendo isso em mente, é importante definir um estratégia. Seja ela qual for, tem de perceber o seu perfil de investidor e qual é a sua expectativa, quais os seus objectivos e o período definido para atingir os mesmos.
Depois disso é analisar o que existe no mercado que melhor o ajude a cumprir a sua estratégia.
Questionaram-me diversas vezes algo do tipo "mas face à crise do mercado que atravessamos, eu como tinha um fundo de investimento devo manter o dinheiro no fundo, devo retirar?". A minha resposta é aquela politicamente correta, mas que não deixa de ser verdadeira. Depende.
Depende do nível de confiança que tem no fundo, depende se o seu investimento está a valorizar ou não, depende da sua estratégia, da sua necessidade de liquidez financeira. Não existe uma resposta certa para todos. Cada pessoa tem de analisar a sua situação, o seu objetivo e tempo e valor que falta para atingir o seu objetivo.
Só a título exemplificativo para que tenham uma melhor percepção do que estou a falar, o S&P500, que é o índice das 500 maiores empresas norte-americanas (bem, não são exatamente 500 empresas, mas é assim que este índice é referenciado), valorizou nos últimos 20 anos cerca de 200%. Durante esta caminhada teve altos e baixos, mas no longo prazo a tendência é a valorizar.

Não estou a dizer que devemos manter o nosso investimento mesmo quando estamos com perdas potenciais, pois nestes vinte anos certamente empresas saíram deste índice por deixarem de cumprir os requisitos para lá estarem, provavelmente algumas declararam falência. Houve quem tudo perdesse durante as recessões (quebras nos valores do índice) por necessitar urgentemente de liquidez.
É por estes motivos que referi que cada caso é um caso, cada investidor é um investidor.
O que é importante é cada um de nós perceber a sua situação no momento e perante uma determinada situação perceber se deve manter ou vender o seu investimento, tanto seja quando esse investimento está a valorizar como quando o mesmo está a depreciar.
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